Título original: The Hobbit
Autor: J. R. R. Tolkien
Nº de páginas: 264
Editora: Publicações Europa-América
Colecção: Contemporânea
Sinopse
«Esta é a história da aventura de um Baggins, que deu consigo a fazer e a dizer coisas completamente impensáveis…
Bilbo Baggins é um hobbit que desfruta de uma vida confortável e sem qualquer ambição. Ele raramente se aventura em viagens, não indo mais longe do que até à dispensa de sua casa, no Fundo do Saco. Mas este conforto será perturbado por Gandalf, o feiticeiro, e por um grupo de treze anões, que num belo dia chegam para o levar numa viagem «de ida e volta». Eles têm um plano para pilhar o espantoso tesouro de Smaug, o Magnífico, um dragão enorme e extremamente perigoso. Encontros inesperados com elfos, gnomos e aranhas gigantes, um dragão que fala, e ainda a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos, são apenas algumas das experiências por que Bilbo passará.
"O Hobbit" é o prelúdio de "O Senhor dos Anéis" e já vendeu milhões de cópias desde a sua publicação, em 1937. É claramente um dos livros mais amados e influentes do século XX.»
Opinião
Foi assim que me introduzi na tão aclamada e grandiosa obra de Tolkien. Há muito que pretendia conhecer se as suas histórias eram, de facto, tão fantásticas nos livros como figuravam no ecrã. Esperei pela oportunidade de aceder à Terra Média pelo ponto de vista genuíno do autor, e ela surgiu com a recente adaptação cinematográfica de O Hobbit, a aventura que precede O Senhor dos Anéis. Foi inevitável ficar absorto novamente naquele mundo místico, obscuro e encantador, e daí parti para a leitura deste livro. Livro esse que, na verdade, é bastante pequeno. Mas o tamanho é apenas uma questão ínfima, quase tão ínfima quanto as poucas páginas que o constituem. Porque em comparação com o que nos é apresentando no interior, tais pormenores dissipam-se. É claro, no entanto, que no fim fica a sensação de se querer muito, muito mais.
Tal como o título indica, o principal assunto gira em torno de um hobbit, mas um hobbit muito particular, diferente dos outros da sua espécie. Este hobbit chamava-se Bilbo Baggins. O modo como Tolkien nos apresenta inicialmente esta figura não difere do modo como apresenta os que a ela são semelhantes - os outros hobbits, criaturas que gostam do sossego, de estabilidade e tantas outras coisas semelhantes que o livro particulariza. Mas se no início a personalidade de Bilbo se confunde com esses princípios, então é no decorrer da narrativa que somos confrontados com outra faceta de Bilbo, aquela que provém dos seus antepassados Took, a aventureira e curiosa, a impulsiva e revolucionária. Esta dualidade que percorre praticamente toda a obra é fascinante na medida que permite assistir ao crescimento de Bilbo e às suas sucessivas mudanças quanto ao habitual pensamento de um hobbit. Por outras palavras, é com a inesperada aventura que Bilbo adquire o verdadeiro conhecimento de si próprio, a revelação do que realmente é, e que nunca antes percebera.
Bilbo Baggins é um hobbit que desfruta de uma vida confortável e sem qualquer ambição. Ele raramente se aventura em viagens, não indo mais longe do que até à dispensa de sua casa, no Fundo do Saco. Mas este conforto será perturbado por Gandalf, o feiticeiro, e por um grupo de treze anões, que num belo dia chegam para o levar numa viagem «de ida e volta». Eles têm um plano para pilhar o espantoso tesouro de Smaug, o Magnífico, um dragão enorme e extremamente perigoso. Encontros inesperados com elfos, gnomos e aranhas gigantes, um dragão que fala, e ainda a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos, são apenas algumas das experiências por que Bilbo passará.
"O Hobbit" é o prelúdio de "O Senhor dos Anéis" e já vendeu milhões de cópias desde a sua publicação, em 1937. É claramente um dos livros mais amados e influentes do século XX.»
Opinião
Foi assim que me introduzi na tão aclamada e grandiosa obra de Tolkien. Há muito que pretendia conhecer se as suas histórias eram, de facto, tão fantásticas nos livros como figuravam no ecrã. Esperei pela oportunidade de aceder à Terra Média pelo ponto de vista genuíno do autor, e ela surgiu com a recente adaptação cinematográfica de O Hobbit, a aventura que precede O Senhor dos Anéis. Foi inevitável ficar absorto novamente naquele mundo místico, obscuro e encantador, e daí parti para a leitura deste livro. Livro esse que, na verdade, é bastante pequeno. Mas o tamanho é apenas uma questão ínfima, quase tão ínfima quanto as poucas páginas que o constituem. Porque em comparação com o que nos é apresentando no interior, tais pormenores dissipam-se. É claro, no entanto, que no fim fica a sensação de se querer muito, muito mais.
Tal como o título indica, o principal assunto gira em torno de um hobbit, mas um hobbit muito particular, diferente dos outros da sua espécie. Este hobbit chamava-se Bilbo Baggins. O modo como Tolkien nos apresenta inicialmente esta figura não difere do modo como apresenta os que a ela são semelhantes - os outros hobbits, criaturas que gostam do sossego, de estabilidade e tantas outras coisas semelhantes que o livro particulariza. Mas se no início a personalidade de Bilbo se confunde com esses princípios, então é no decorrer da narrativa que somos confrontados com outra faceta de Bilbo, aquela que provém dos seus antepassados Took, a aventureira e curiosa, a impulsiva e revolucionária. Esta dualidade que percorre praticamente toda a obra é fascinante na medida que permite assistir ao crescimento de Bilbo e às suas sucessivas mudanças quanto ao habitual pensamento de um hobbit. Por outras palavras, é com a inesperada aventura que Bilbo adquire o verdadeiro conhecimento de si próprio, a revelação do que realmente é, e que nunca antes percebera.
Mas quanto à história em si mesma, há muitos pontos por onde tocar pois basta dizer que esta história é uma grande e longa aventura. Aventura essa que se inicia pelas mãos de uma das personagens mais fantásticas deste universo. Claro que me refiro a Gandalf, o feiticeiro amplamente carismático, divertido, honesto e íntegro. É ele que, num acto inteiramente inesperado a Bilbo, surge para o convidar a fazer parte de uma aventura, que envolve motivações e objectivos de anões. São treze anões que Gandalf conduz ao buraco do hobbit e treze apresentações formidáveis que Tolkien nos oferece. Cada um deles constitui uma personalidade específica, inconfundível e marcante, e deveras hilariante nalguns casos (especialmente Bombur), o que torna os momentos da leitura mais descontraídos, tanto quando o tom é mais obscuro como quando não o é. Pena a obra não ser mais longa para poder assistir a um maior aprofundamento destas personagens, pois o pouco que delas fica cativa e deslumbra.
Juntamente com Bilbo e Gandalf, os anões prosseguem a sua aventura por entre cenários deslumbrantes ao longo de vários cantos da Terra Média. Desde montanhas a florestas, vales ou grutas, Tolkien conduz-nos por uma diversidade de ambientes e povoações (incluindo elfos e gnomos, entre outras criaturas) servindo como um guia que nos relata o que é característico neste mundo, quais os ideais de cada gente e as relações que estabelecem entre si. É particularmente interessante o facto de Bilbo assistir a toda esta composição e integrar-se nela naturalmente, como se já estivesse familiarizado com todo a diversidade de costumes e locais fora da sua terra de hobbits.
Toda a viagem é fascinante de todos os pontos de vista, mas devemo-nos lembrar que este livro tem um propósito. Não é ao acaso que esta leitura é aconselhada a quem deseja envolver-se no mundo do Senhor dos Anéis, não só porque é como que uma breve introdução à história, mas também por nela se conter o episódio que gera mais tarde o assunto principal da obra. Ou seja, é neste livro que Tolkien dá a conhecer Gollum, embora muito superficialmente. Essa criatura fria e distorcida é a detentora do anel e trava conhecimento com Bilbo, num episódio muito original que me deixou intrigado por ser algo diferente, com o qual o leitor é obrigado a interagir. Foi este o momento que mais prazer me deu. Será escusado referir como termina esse encontro, pois só de uma maneira o anel passa para Frodo. No entanto, é com o anel que se revela a inocência e humildade de Bilbo. O fim para o qual é usado, quer nesse episódio como no resto da obra, nada tem que ver com cobiça ou mau génio. É, para Bilbo, um "precioso" instrumento que o ajuda na sua jornada.
Para além da magia com que Tolkien nos maravilha através da sua fantástica imaginação para a criação de personagens e elementos, existe também outra magia nesta obra. O tom leve com que está escrita envolve-nos nela tão facilmente e tão profundamente como se o autor estivesse perto de nós, a contar-nos a história, palavra por palavra e reflectindo a emoção patente nos diálogos, tal como uma história contada a crianças. Ainda assim, não chega a ser demasiado infantil, o que poderia acontecer mas que graças à mestria do autor não chega a acontecer. Em certos períodos a escrita é pormenorizada, adquirindo uma maior seriedade, enquanto que noutros é bastante espontânea. Inquestionável é que não há pausas e poucas são as descrições, mantendo um ritmo elevado constante até ao último capítulo.
Mas uma fantasia não fica completa sem uma batalha, e como não poderia deixar de ser, Tolkien não nos priva desse aspecto. Dum conflito que reúne indivíduos de variadas origens resultam vitórias e derrotas, mas o final é o devido para o que as personagens realmente merecem.
Mais que uma viagem, O Hobbit é uma demanda que faz sobressair o que de melhor existe em alguém, os seus anseios e receios, que revelam a verdadeira identidade aventureira de um homenzinho que a pouco ou nada se atrevera na sua vida. É a descoberta do outro lado que teima em ocultar-se bem dentro de nós, mas que inevitavelmente mais cedo ou mais tarde sente a necessidade de se afirmar. É a prova que nem sempre devemos ter certezas ou demasiadas convicções quando sabemos que ainda há muito por descobrir. Foi preciso sair para além do Fundo do Saco para Bilbo entender tudo isto e voltar consciente de que o seu buraco, embora seja o seu lar, é uma parte tão pequena das maravilhas que o mundo lhe tem para oferecer.
O Hobbit deixa-nos sem dúvida a querer mais! O que vem aí é fenomenal! Reli O Hobbit este ano e já estou com uma vontade imensa de reler a trilogia:)
ResponderEliminarBeijinho*
Olá Jojo :)
EliminarFica mesmo uma sensação de insatisfação. Se este livro tivesse 1000 páginas eu acho que continuaria a ficar insatisfeito, pois a escrita de Tolkien é verdadeiramente viciante.
Estou desejoso de pegar na trilogia, naquele lado mais sombrio da Terra Média. Os filmes foram fantásticos, mas os livros devem ser algo sobrenatural. Devo começar brevemente!
Obrigado e bj ;)
Vou começar agora a ler! Tenho pena de não ter lido antes de O Senhor dos Anéis...
ResponderEliminarTolkien no seu melhor :)
Olá Maria :)
EliminarEu ainda consegui resistir e esperar para ler O Hobbit. Se já leste a trilogia então este livro vai deixar-te uma enorme insatisfação porque é tão agradável e tão aliciante mas o facto de ser tão curto deixa-nos desolados.
Boas leituras!