Título original: Harry Potter and the Half-Blood Prince
Autora: J. K. Rowling
Nº de páginas: 512
Editora: Editorial Presença
Colecção: Estrela do Mar
Sinopse
«Voldemort está mesmo de volta! Esta é a terrível confirmação que agita o início do sexto ano na escola de feitiçaria de Hogwarts. O seu crescente poder maléfico, e do seu vasto exército de Devoradores da Morte, é cada vez mais visível, não só no mundo da Magia como no mundo dos Muggles. Agora, mais do que nunca, é necessário reunir forças para combater o mal, e, para isso, Harry e Dumbledore visitam o passado misterioso de Voldemort, e o coração da magia negra, e desvendam alguns segredos verdadeiramente espantosos. Mas são muitos mais os enigmas que Harry terá de resolver, entre eles, um muito em especial – quem é o príncipe misterioso a quem pertenceu o livro sobre poções que Harry recebeu e que revela conhecimentos poderosíssimos e letais? Poderá contar com ele como aliado ou será mais um inimigo a vencer? Neste penúltimo livro da série, as forças são testadas até ao limite, e Harry terá de apelar a toda a sua coragem e determinação para prosseguir na luta contra o poderoso senhor das trevas!... Será que vai conseguir?»
Opinião
A população mágica ficou de sobressalto com aquilo que para Harry já era, há muito, um facto inquestionável: o Senhor das Trevas está de volta. Munido dos seus fiéis Devoradores da Morte, as suas capacidades estendem-se e o seu poder é pleno. O medo e a cautela conquistam cada um, pois a qualquer momento pode romper uma investida das sombras.
Consequentemente, este é, de toda a saga, o livro mais sombrio. Percorre-o uma sensação tenebrosa permanente, o que é evidente no ambiente que envolve as personagens. Os primeiros dois capítulos, decorrentes em locais fora do comum e sem qualquer intervenção dos protagonistas, são o indício desse carácter negro. Nomeadamente o segundo capítulo constitui uma cena fortemente intrigante, onde muitos aspectos são mencionados para serem deixados pendentes, o que intensifica a vontade de continuar a ler para descobrir mais. E, de facto, este é um livro de descobertas. Quer a nível de personagens, quer a nível da história, somos lançados numa espiral cheia de revelações surpreendentes. Por esta razão, arrisco-me a dizer que até ao sexto volume é precisamente o sexto o mais completo de todos, já que consegue desenvolver tanto personagens como história com um equilíbrio exímio sem haver falta ou excesso de uma das duas.
Ainda voltando ao tom negro da obra, grande parte das revelações já referidas contribuem bastante para o mesmo. Porquê? Simplesmente porque essas revelações estão relacionadas com Lord Voldemort. Em Harry Potter e o Príncipe Misterioso, somos guiados juntamente com Harry e Dumbledore ao mítico passado do Senhor das Trevas para entender como o simples humano se tornou no feiticeiro mais negro de todos os tempos. Estas visitas a tempos longínquos têm um propósito delineado, como posteriormente fica claro, mas a verdade é que os episódios em que Rowling se propõe a contar parte da história e do percurso de Voldemort são a pérola há muito ansiada pelos leitores. As origens peculiares, os primeiros passos dados num mundo mágico e o crescimento da avidez por poder são fases da sua vida que se ficam a conhecer e que com todo o seu obscurantismo patente se tornam momentos únicos e fascinantes. Ainda assim, não se relata tudo aquilo que desejávamos saber. Ficamos vorazes por mais informações acerca de Voldemort, fome essa que só seria saciada com um livro dedicado exclusivamente à sua misteriosa figura.
Sem esquecer as restantes personagens, voltamos a ter uma novidade. Horace Slughorn é um antigo professor de Hogwarts que volta a pedido de Dumbledore para leccionar Poções. Orgulhoso e ambicioso, Horace aproxima-se de Harry, pois ele representa tudo o que Horace admira num estudante. Por conveniência, Harry responde favoravelmente a essa aproximação de modo a obter algo muito importante que Horace tem e que Dumbledore pretende. Assim, Slughorn detém um papel crucial nesta história que determinará todo o seu rumo. Quanto a Dumbledore, este está muito mais presente neste livro. Os seus diálogos com Harry são de génio, perfeitamente elaborados e pensados à medida da grandeza da sua personagem. Com eles, voltamos a relembrar-nos de quão sábio, sensato e bondoso Dumbledore é. Já Hermione e Ron voltam a ter destaque, juntamente com Harry, e desta vez num panorama diferente. É preciso entender que estes jovens estão crescidos e que com a idade aparecem novas experiências, nomeadamente no que toca a questões amorosas. Os protagonistas desenvolvem sentimentos de paixão, alegria, tristeza, mágoa e ódio enquanto procuram que o outro os aceite como algo mais que um amigo. Nesses episódios há uma clara carga emocional, mas ainda assim é inevitável a existência de momentos de humor muito agradáveis que conferem alguma descontracção no meio de tantos acontecimentos alucinantes.
A autora apetrechou a sua história com mais algumas aquisições mágicas. Retomou o Pensatório, sem o qual não se poderia viajar até ao passado, criou a útil táctica mágica de Aparecer e por fim, mas mais importante, introduziu os Horcruxes, que serão fundamentais a partir deste ponto.
Um pormenor que achei maravilhoso foi o modo como Rowling manteve em segredo até ao último momento a identidade do Príncipe Misterioso. O mistério perdurou e quando todos os indícios apontavam em contrário, surpreendemo-nos com o improvável. Mais uma vez, a autora demonstra a sua capacidade notável para surpreender vezes e vezes sem conta.
Porém, a maior surpresa ocorre nos capítulos finais, onde a acção atinge o seu auge. Já se esperava que algo trágico acontecesse, mas tão trágico assim era totalmente impensável. O choque é tremendo, evaporando qualquer esperança ou noção de bem. A história revê-se num impasse. O que acontecerá depois? Quais serão os caminhos destinados ao mundo da magia quando tudo se tornou incerto? O futuro fica em aberto como nunca antes ficara, e na incerteza apenas se vislumbram escuridão e trevas.
A população mágica ficou de sobressalto com aquilo que para Harry já era, há muito, um facto inquestionável: o Senhor das Trevas está de volta. Munido dos seus fiéis Devoradores da Morte, as suas capacidades estendem-se e o seu poder é pleno. O medo e a cautela conquistam cada um, pois a qualquer momento pode romper uma investida das sombras.
Consequentemente, este é, de toda a saga, o livro mais sombrio. Percorre-o uma sensação tenebrosa permanente, o que é evidente no ambiente que envolve as personagens. Os primeiros dois capítulos, decorrentes em locais fora do comum e sem qualquer intervenção dos protagonistas, são o indício desse carácter negro. Nomeadamente o segundo capítulo constitui uma cena fortemente intrigante, onde muitos aspectos são mencionados para serem deixados pendentes, o que intensifica a vontade de continuar a ler para descobrir mais. E, de facto, este é um livro de descobertas. Quer a nível de personagens, quer a nível da história, somos lançados numa espiral cheia de revelações surpreendentes. Por esta razão, arrisco-me a dizer que até ao sexto volume é precisamente o sexto o mais completo de todos, já que consegue desenvolver tanto personagens como história com um equilíbrio exímio sem haver falta ou excesso de uma das duas.
Ainda voltando ao tom negro da obra, grande parte das revelações já referidas contribuem bastante para o mesmo. Porquê? Simplesmente porque essas revelações estão relacionadas com Lord Voldemort. Em Harry Potter e o Príncipe Misterioso, somos guiados juntamente com Harry e Dumbledore ao mítico passado do Senhor das Trevas para entender como o simples humano se tornou no feiticeiro mais negro de todos os tempos. Estas visitas a tempos longínquos têm um propósito delineado, como posteriormente fica claro, mas a verdade é que os episódios em que Rowling se propõe a contar parte da história e do percurso de Voldemort são a pérola há muito ansiada pelos leitores. As origens peculiares, os primeiros passos dados num mundo mágico e o crescimento da avidez por poder são fases da sua vida que se ficam a conhecer e que com todo o seu obscurantismo patente se tornam momentos únicos e fascinantes. Ainda assim, não se relata tudo aquilo que desejávamos saber. Ficamos vorazes por mais informações acerca de Voldemort, fome essa que só seria saciada com um livro dedicado exclusivamente à sua misteriosa figura.
Sem esquecer as restantes personagens, voltamos a ter uma novidade. Horace Slughorn é um antigo professor de Hogwarts que volta a pedido de Dumbledore para leccionar Poções. Orgulhoso e ambicioso, Horace aproxima-se de Harry, pois ele representa tudo o que Horace admira num estudante. Por conveniência, Harry responde favoravelmente a essa aproximação de modo a obter algo muito importante que Horace tem e que Dumbledore pretende. Assim, Slughorn detém um papel crucial nesta história que determinará todo o seu rumo. Quanto a Dumbledore, este está muito mais presente neste livro. Os seus diálogos com Harry são de génio, perfeitamente elaborados e pensados à medida da grandeza da sua personagem. Com eles, voltamos a relembrar-nos de quão sábio, sensato e bondoso Dumbledore é. Já Hermione e Ron voltam a ter destaque, juntamente com Harry, e desta vez num panorama diferente. É preciso entender que estes jovens estão crescidos e que com a idade aparecem novas experiências, nomeadamente no que toca a questões amorosas. Os protagonistas desenvolvem sentimentos de paixão, alegria, tristeza, mágoa e ódio enquanto procuram que o outro os aceite como algo mais que um amigo. Nesses episódios há uma clara carga emocional, mas ainda assim é inevitável a existência de momentos de humor muito agradáveis que conferem alguma descontracção no meio de tantos acontecimentos alucinantes.
A autora apetrechou a sua história com mais algumas aquisições mágicas. Retomou o Pensatório, sem o qual não se poderia viajar até ao passado, criou a útil táctica mágica de Aparecer e por fim, mas mais importante, introduziu os Horcruxes, que serão fundamentais a partir deste ponto.
Um pormenor que achei maravilhoso foi o modo como Rowling manteve em segredo até ao último momento a identidade do Príncipe Misterioso. O mistério perdurou e quando todos os indícios apontavam em contrário, surpreendemo-nos com o improvável. Mais uma vez, a autora demonstra a sua capacidade notável para surpreender vezes e vezes sem conta.
Porém, a maior surpresa ocorre nos capítulos finais, onde a acção atinge o seu auge. Já se esperava que algo trágico acontecesse, mas tão trágico assim era totalmente impensável. O choque é tremendo, evaporando qualquer esperança ou noção de bem. A história revê-se num impasse. O que acontecerá depois? Quais serão os caminhos destinados ao mundo da magia quando tudo se tornou incerto? O futuro fica em aberto como nunca antes ficara, e na incerteza apenas se vislumbram escuridão e trevas.
Assim esta saga se encaminha para o grande final que tudo decidirá. Harry está agora ciente da missão que terá de cumprir para o bem triunfar. Sabe que acarreta consigo grandes perigos e que barreiras se irão erguer contra a sua demanda, mas também sabe que não estará sozinho. Isso é, indiscutivelmente, o que mais importa e a razão pela qual vale a pena lutar.
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